Este
fim-de-semana o senhor meu esposo falou-me de uma reportagem que leu sobre uma
família (casal com um filho) que se mudou para a Tailândia. E porquê? Porque
foram lá passar umas férias e ficaram encantados com o estilo de vida, melhor
dizendo com a Qualidade de vida que as pessoas que lá viviam tinham e
comentaram que um dia gostavam de viver assim, fora da “loucura” do dia-a-dia a
que a “nossa” vida cá em Portugal nos obriga. E assim aconteceu! Passados meses
ou anos já não sei bem, penso que um deles ficara desempregado e então
decidiram avançar para um projecto de vida a três longe da “vida selvagem” das
nossas cidades, também numa perspectiva de proporcionar ao filho uma vida com
qualidade e, segundo eles, mais “saudável”. Na Tailândia (numa das ilhas)
criaram um hotel com bungalows e vivem do turismo. Recebem muitos portugueses.
Eu não conheço
esta família, mas gostava de dizer-lhes que lhes admiro a coragem, a audácia em
arriscar abandonar uma vida que erradamente (na minha opinião) achamos que é a
mais “confortável” que é a “melhor” porque é a vida que tem que se viver aqui
em Portugal, porque é a vida igual à do vizinho do lado. Porque é a vida que os
nossos pais levaram, porque “tem que ser assim”. Mas não! Esta família virou
costas a este estilo de vida “confortável” e de espírito aberto lançaram-se na “aventura”
de ir ao encontro (bem longe) de uma vida melhor, de uma vida sem correrias,
sem trânsito, sem roupas xpto para ir trabalhar, sem confecções de jantares em “velocidade
flecha” porque tem que se apanhar a roupa e dobrar, preparar sacos para o dia
seguinte, tomar banho e dormir, enfim, uma vida sem o caótico stress de ter que
fazer num dia mil e uma coisas e sem tempo de qualidade para momentos de real
prazer, momentos de efectivo descanso, de efectiva tranquilidade e paz, de
efectivo relaxamento, de efectiva partilha e vivência de emoções com os que
amamos, tudo sem pressa!
Eu não vivo os
dias (nem os meses) a pensar que os anos estão a passar velozmente e que a vida
tem sido sempre igual com 80% do tempo a trabalhar e o restante a “correr” para
conseguir ter alguns momentos de prazer e lazer. Não, claro que não! Não vivo
amargurada, nem infeliz nem a lamentar-me da vida…nada disso! Eu nem sou assim!
Mas o certo é que quando páro para analisar a minha (igual à de muitos outros)
vida, fico com uma certa angústia, ui se fico! Levantar antes das 7h, sair de
casa às 7h e tal, fazer quase 100km por dia, chegar a casa ao fim do dia, andar
a correr para ter os meu momentos de lazer (de cerca de 1h), preparar jantar,
estar em família umas míseras 3horitas porque tenho que deitar cedo para cedo
levantar e depois existem 2 dias de descanso em que se tenta de tudo fazer (às
vezes também rápido) para ter tempo de qualidade! Já para não falar de colegas
de trabalho com os quais falo diariamente e que têm filhos, mas que contam
pelos dedos as horas que passam numa semana com seus filhos sem stress! Eu sou
muito Feliz, mas “analisando isto à lupa”, isto não é qualidade de vida
nenhuma! Porra! Tenho os meus pais que amo, tenho amigos que amo, e é com eles
que também a minha vida faz sentido obviamente, mas eu acho que também poderia
ser feliz na “Tailândia” J …sem carro, sem um apartamento com as coisas xpto
que tem que se ter porque sim, vivendo com o necessário e com TEMPO para
disfrutar da vida a três (nós e o cão) e quem sabe lá na “Tailândia” com “mais alguém”…
O que escreveste para mim faz todo o sentido!
ResponderEliminarJá há algum tempo que penso assim (e acho que já falamos sobre isto), para mim esta vida que levamos não tem grande sentido e quando me ponho a analisar, a reflectir mesmo nas coisas, fico triste...
Tento fazer o melhor face à vida que tenho, mas acho que há coisas que só se iriam alterar com uma mudança radical.
Espero um dia encontrar a "minha Tailândia"... e sonho cada vez mais com isso. O problema é o companheiro aqui da "je" não é tão aventureiro como eu... Tem que se ir com calma. O bichinho da Tailândia já cá está, agora é só esperar pela oportunidade certa :)
Que bom que pensas como eu! :)
:) Pois... é que é mesmo isso...
ResponderEliminarNão conhecia essa história, mas conheço algumas em que realmente o mitívo para sairem de Portugal foi mesmo esse... o conseguirem Tempo de qualidade... em vez de andar a correr todos os minutos...
Beijinho
Pois é Ana e Nat. ... espero que um dia nós consigamos encontrar a "nossa Tailândia!" :) Beijinhos!
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